Falar milhões de coisas... Coisas insanas
Ilógicas... Coisas, simplesmente...
E poderia ouvir o eco das minhas próprias palavras
Até saturar meus ouvidos.
Hoje eu poderia gritar minhas frustrações...
Trucidar meus sonhos, aniquilar minha vida.
Eu poderia me sentir um rei... No meu quarto
O único espaço que é meu!
E repetir a rima incerta,
De um poema sem versos,
Que eu mesmo fiz pra você.
Hoje eu poderia quebrar o espelho
Antes de ver o meu rosto feio, refletido nele
Poderia prender meu próprio ar... Antes do choro
Asfixiar meu coração... Tornar-me um louco
Hoje eu poderia te falar... Coisas... Estas coisas...
Que a gente sente, e se passa por tolo
Poderia rasgar minha camisa...
Pra enxugar teu rosto.
E poderia falar... Dessa coisa estranha...
Desse jeito sem jeito, que eu fico
Quando te vejo.
Hoje, eu poderia te amar... Se houvesse chances
Se houvesse tempo
Hoje, eu poderia confessar, entre tantas coisas...
Poderia quebrar o medo... Te contar uma coisa
... Mas, é segredo!
Por Mary Paes Santana
Foto: Maksuel Martins
É. Você é realmente uma poetisa de fôlego, quando se joga nestes versos livres e brancos, o ritmo traça o caminho das palavras e como pedras enfeitando de mistério o traçado do caminho sempre encontramos aqui e ali estes tantos mistérios e segredos de mulher.
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