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Tudo que passamos foi lindo
Você era o meu menino
Por você eu mergulhei
No mar das ilusões
Você era o meu menino
Por você eu mergulhei
No mar das ilusões
Construí castelos frágeis demais
Pra durarem na efemeridade desses dias tão iguais
O encanto do teu olhar se perdeu do meu
E as horas te levaram a ocupar
Tempos que não eram meus
O silêncio ocupou o seu lugar
Dentro de mim
E os dias quentes se chocaram
Com o frio da minha estação
A porta se fechou... e ficaram os teus vestígios
encravados nas paredes,
Nos lençóis, na porta da geladeira, nas fotografias
Que não tive coragem pra rasgar...
Ainda ouço o canto
dos filhotes de passarinhos
que imitávamos todos os dias de manhã
É canto ou pranto?
É canto ou gemido?
É canto ou solidão?
É canto ou ninho?
É apenas pranto...
De um ser
que jamais deixou de ser sozinho.
Por Mary Paes Santana
Que lindo, Mary, apesar de triste. Mas, é a sua verdade.
ResponderExcluirQuando quem amamos se vai, deixa essa ausência que é sempre maior que nós mesmos.
Sempre encerra muito bem seus poemas, sinto que o eu-lirico percebe o fim de sua expressão, revelando uma poetisa muito consciente de seu labor e muito envolvida com sua expressão.
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