terça-feira, 21 de agosto de 2012

vazios...



Passei longos anos tentando contornar os vazios que brotam dentro de mim...
Mas chega um tempo em que os vazios transbordam, sem chance pra recomeço.
Meus vazios têm a intenção de matar-me!

Por Mary Paes

Passa...

Imagem google


"Não é o tempo que passa
é a gente
que passa".

Mary Paes

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Náufrago

  foto: Maksuel Martins


Vou naufragar
Meu corpo nu
No mar das minhas lágrimas

Vou me calar
Me aniquilar
Vou me sugar
Me comer
Me combater
Me interromper
Pra deixar de sofrer

Vou me rasgar
Me destruir
Vou Me despir
Me despedir
Deste momento

 Vou arrancar
meu coração
dilacerar meu pensamento

Vou me jogar
Pro nada
Tropeçar nas nuvens
Das minhas ilusões!

Só assim vou te esquecer!

Por Mary Paes








quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Passe comigo esta noite - parte III


O envelope

Anne perdeu a noção de quanto tempo ficara ali, olhando aquele desconhecido, agora sem vida, caído à sua frente. Não conseguia entender os motivos que o levaram a sussurrar quase como num lamento as suas últimas palavras... ele a chamara de Angélica. Estranhamente, Anne sentia algo de familiar naquele desconhecido. Algo que ela própria não conseguia alcançar.
 
Num ato contraditório aos seus princípios, procurou nos bolsos do morto, algum documento que o identificasse, mas o que encontrou foi um envelope lacrado, que pelo estado de envelhecimento, devia ter sido guardado por muitos anos. O envelope não trazia identificação de remetente ou destinatário, apenas a frase escrita a mão: “viva para sempre”. Guardou o envelope com ela.

Anne informou anonimamente as autoridades locais sobre o assassinato na Rua Cinco, e antes que os policiais chegassem, retornou ao hotel em que estava hospedada. Assim que amanheceu, fez suas malas, ainda pensativa sobre o acontecido na madrugada. Na verdade, o que mais a perturbava, além do envelope lacrado (que ela não tivera a coragem de abrir), era a voz daquele desconhecido que não lhe saia da cabeça “Angélica... Você precisa voltar”. Por instantes, ela esquece os reais motivos que a trouxeram àquele lugar! Mas só por alguns instantes. 


Antes de deixar o hotel, ela pega o envelope que surrupiara do morto, fica por alguns segundos a imaginar que tipo de mensagem estaria ali dentro, guarda-o na mochila e sai. Ela sabia que teria de voltar àquele lugar, mas agora ela precisava retornar ao seu casulo, precisava pensar sobre os últimos acontecimentos e refazer seus planos. A verdade, embora maquiada por uma boa mentira, deixa fios soltos pelo caminho, mas é preciso ser frio e calculista o suficiente para desvendá-la, e mais ainda, para aceitá-la!
Talvez ela não estivesse preparada.




Continua...  (:

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Por Mary Paes Santana