poema: Mary Paes - foto: Maksuel Martins
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
prisioneiro das horas comerciais
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Quem disse que somos livres? Eu não sou! Não sou dona da maioria das minhas ações,
dos meus atos, ou dos meus discursos. Na verdade, sou escrava dos dias úteis, das horas comerciais, uma prisioneira na cela de um prédio velho e mofado. Sou condenada pelas imposições sociais capitalistas.
As grades que me prendem são quatro paredes pintadas dessa cor morna e vazia... o creme (é inexplicável dar nome de creme a uma cor tão sem graça). Aqui não há intervalos. “Não se afaste da sua área nem meio metro”!!
Sou escrava de uma cadeira, um monitor e um telefone que não para de me dar ordens.
Minha pena é seguir as regras. E a principal delas é dizer:
“Sim, Senhor” mesmo quando se quer dizer:
“Vá para o inferno senhor!!"
Por Mary Paes Santana
"E... em 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinava a lei áurea que dava plena liberdade aos escravos"
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
cidadão desmundo
modelo na foto: Mary Paes - foto: Maksuel Martins
Não me caibo neste mundo.
Não tenho lugar
Sou um cidadão desmundo...
Vagabundo no altar
Não tenho lugar
Sou um cidadão desmundo...
Vagabundo no altar
Mas não sou santo
Nem demônio
O céu não me pertencerá
O diabo não me quer
No Interstício estou a vagar
Eu não me caibo neste mundo
De contradições
de joelhos dobrados
E falsas orações
Não me caibo neste mundo.
Não tenho lugar
Será que é isso que eu mereço
Por ser assim tão diferente
Eu que não sou
Ou tu que não és
GENTE!!!!
Por Mary Paes Santana
Nem demônio
O céu não me pertencerá
O diabo não me quer
No Interstício estou a vagar
Eu não me caibo neste mundo
De contradições
de joelhos dobrados
E falsas orações
Não me caibo neste mundo.
Não tenho lugar
Será que é isso que eu mereço
Por ser assim tão diferente
Eu que não sou
Ou tu que não és
GENTE!!!!
Por Mary Paes Santana
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
eu não te disse adeus!
ela não entendia o que ele gritava... correu feito louca em sua direção! quando estava próxima o suficiente para ouvi-lo, entendeu... "eu te amo! eu te amo!" gritava, desesperado, enquanto o trem se afastava da estação.
(trecho do romance "eu não te disse adeus" de Mary Paes... ainda em desenvolvimento)
sábado, 17 de novembro de 2012
espelho d'água
foto: Mary Paes
um bicho ou folha bailando
uma mancha que se mexe
espelho d’água dentro dos olhos
uma mancha que se mexe
espelho d’água dentro dos olhos
Mary Paes
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
mais uma cilada de amor
Sou o tipo de pessoa que gosta de sair por aí... sem rumo... só pra sentir o vento no rosto... olhar o mundo com olhar desatento e usufruir o lado positivo de não ter a quem dar satisfações da própria vida.
Mas há dias, meu coração me pregou uma cilada... tem desejado estar com alguém... tem querido se importar, amar e até dividir momentos mais longos com alguém que valha a pena.
É... meu coração é meio teimoso... não sei se acontece só comigo, mas passo horas a questionar meus sentimentos... eu comigo mesmo. Uma conversa íntima em que a razão quase nunca sai vencedora.
Talvez esteja apaixonada de novo... não sei... mas o vazio que se instala dentro de mim quando os dias passam sem que eu possa vê-lo, parece querer tomar conta de todos os espaços que me sobram. E a solidão tem tomado proporções estarrecedoras. Mesmo pra mim, que sempre me dei bem com ela...
Agora tenho desenhado você pelas paredes do meu quarto...pra ingenuamente acreditar que você está comigo, de alguma forma.
Não sei se estaremos juntos hoje, amanhã ou depois... ou se não estaremos juntos por nenhum tempo... o fato é o que eu tenho desejado você, e isso talvez permaneça em mim por um tempo... até que se concretize ou se perca no próprio vazio que me causa.
Por Mary Paes
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Vida... vida... minha vida
Nascer do Sol em Macapá - foto: de celular por Patricia Maranhão
"Você é o sol que arde
por todas as células
do meu corpo"
by Mary Paes Santana
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O Desconhecido - Mixtureba Comix edição 02
Ele me conhece, mas eu não sei quem ele é.
O Desconhecido
Roteiro: Mary Paes
Desenho e Finalização: Josiel Santos
Edição Roberth Santos
Compre a revista no Museu da Imagem e do Som do Amapá, 2º piso do Teatro das Bacabeiras.
Apenas R$10 pilas.
São muitas histórias pra você que curte quadrinhos.
Acesse a página do coletivo AP Quadrinhos no facebook o/
facebook/coletivoapquadrinhos
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
hoje...
foto: nascer do sol em Porto Grande/AP - por Mary Paes
Minha vida é um caso, ou muito mais que um caso, um mero descaso entre mim e outros.
Mary Paes Santana
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Feliz aniversário para mim!!! rs... \o/
foto: Lukas Aguiar
Hoje é um dia especial pra mim!!
"Decidi não contar os dias. Aprendi a vivê-los!"
Mary Paes Santana
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Porque te amo... digo-te adeus!
Porque te amo... Digo-te Adeus!
Meu amor... entenda-me... não me resta alternativa, a não ser a fuga...
A fuga de tudo que me causa a tua presença...
Porque o tempo é tão efêmero quando nos pertencemos
E quando você sai do que sou para voltar a outro instante
Onde eu não me encontro... sofro... e o tempo se expande... e já me canso dessa dor
De chegar a hora que você se vai...
Agora... antes que voltes teu rosto... já me vou...
Como por encanto, no breve momento que dura o segundo...
Já não mais verá o brilho indisfarçável que há em meus olhos... porque te amo.
Porque te amo... a realidade obriga-me a me afastar de ti...
Não para que eu seja feliz... mas, para que eu não me condene a te esperar eternamente!
Na verdade, confesso... não tenho nenhuma certeza... não sei se distanciar meu corpo do teu... ajudará meu coração a esquecer-te! ou se simplesmente... porque sou poeta... ... meu coração é capaz de sobreviver à dor da tua saudade, mesmo que dilacere, mesmo que meu corpo queime a desejar o teu... porque te amo, meu amor... eu vou embora!
Porque te amo tão desesperadamente! digo-te... adeus!
Meu amor... entenda-me... não me resta alternativa, a não ser a fuga...
A fuga de tudo que me causa a tua presença...
Porque o tempo é tão efêmero quando nos pertencemos
E quando você sai do que sou para voltar a outro instante
Onde eu não me encontro... sofro... e o tempo se expande... e já me canso dessa dor
De chegar a hora que você se vai...
Agora... antes que voltes teu rosto... já me vou...
Como por encanto, no breve momento que dura o segundo...
Já não mais verá o brilho indisfarçável que há em meus olhos... porque te amo.
Porque te amo... a realidade obriga-me a me afastar de ti...
Não para que eu seja feliz... mas, para que eu não me condene a te esperar eternamente!
Na verdade, confesso... não tenho nenhuma certeza... não sei se distanciar meu corpo do teu... ajudará meu coração a esquecer-te! ou se simplesmente... porque sou poeta... ... meu coração é capaz de sobreviver à dor da tua saudade, mesmo que dilacere, mesmo que meu corpo queime a desejar o teu... porque te amo, meu amor... eu vou embora!
Porque te amo tão desesperadamente! digo-te... adeus!
Por Mary Paes Santana
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Teu gosto...
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ontem você me tocou pela primeira vez
tua boca quente tocou a minha
e eu senti o gosto da tua língua
por Mary Paes Santana
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Queimando...
Era uma ambivalência de sentimentos... sempre fui um
paradoxo... e por mais que eu tentasse
não encontraria, jamais, um meio de fuga... até porque, no fundo eu não queria
fugir... eu estava lá... em estado de inexplicável inércia... era uma vela
queimando que caiu na cortina e pegou fogo em tudo... vi tudo ardendo... era
bonito de se ver... o fogo feito monstro consumindo o que restou depois do fim... era loucura, eu
sabia... no fundo eu nunca fui normal... agora lá estava eu... no meu último
ato! observando em êxtase as chamas se aproximando... não demoraria muito e nada mais restaria,
além das cinzas... que o vento forte espalharia pelo universo... eu... partículas
de sonhos... flutuando no infinito... e ninguém saberia que um dia existi.
Por Mary Paes Santana
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Delírios
Minha pele queima, num desejo ilógico
Sem satisfação... Entre quatro paredes
Sou apenas um, e toco a cama fria
Querendo ir além da minha solidão
E curar esta febre que a paixão me causa
Mas, estou só... Possuo o tempo, a noite
e o pensamento... Mas, não sou dono de você
E nem por um momento te possuo, além do sonho
E se te vejo entrar... Sorrir pra mim...
E antes que me toque, sei que deliro
E se não me satisfaço, tudo que me sobra,
Ainda é o tempo... E todo o espaço, pra chorar
A minha solidão... E a falta completa de você.
Sem satisfação... Entre quatro paredes
Sou apenas um, e toco a cama fria
Querendo ir além da minha solidão
E curar esta febre que a paixão me causa
Mas, estou só... Possuo o tempo, a noite
e o pensamento... Mas, não sou dono de você
E nem por um momento te possuo, além do sonho
E se te vejo entrar... Sorrir pra mim...
E antes que me toque, sei que deliro
E se não me satisfaço, tudo que me sobra,
Ainda é o tempo... E todo o espaço, pra chorar
A minha solidão... E a falta completa de você.
Por Mary Paes Santana
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
não é você que eu amo
A pessoa que eu amo
Sumiu de você
Não reconheço em ti aquele moço que me encantou
Você era tão simples, tão gentil, tão único
Mas você mudou
Tornou-se sério demais...
Preocupado demais com o seu próprio umbigo
Deixou de ser autêntico, pra se tornar comum
Perdeu o jeito de me fazer sorrir
E eu me tornei insegura e só
Estando ao seu lado sem realmente estar
Agora eu entendo
Que não é você que eu amo
Mas aquele moço que se perdeu de você
Por algum lugar da nossa história
sábado, 22 de setembro de 2012
a minha estação
google imagens
vem primavera...
vem clarear meus dias...
colorir minha vida...
aquecer meu coração
que quase congela
no frio da outra estação.
Mary Paes Santana
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Feliz aniversário ao meu filho Lukas Aguiar
Eu e Lukas (aqui ele está com 4 meses)
eu e o Lukas em 2011
Hoje é um dia bastante significativo pra mim. Há 18 anos, à 1h46m, eu
conheci o sentido do verdadeiro amor, do amor irrestrito e
incondicional, eu me tornava mamãe. De toda a minha existência, este foi
o momento mais extremo, em todos os sentidos.
Pela primeira vez, eu me sentia realmente especial e ao mesmo tempo, um
pouco amedrontada diante de tal responsabilidade, que mudaria toda a
minha vida. Um ser frágil e indefeso estava literalmente, em minhas
mãos, aos meus cuidados, dependendo da minha capacidade de ser uma boa
mãe.
Dediquei-me totalmente àquela tarefa e foi o melhor tempo de toda a
minha vida.
Meu filho cresceu inteligente e saudável. Tornamos-nos melhores amigos até que o tempo ou o destino mexeu algumas peças do jogo... Separei-me do meu marido quando meu filho entrava no seu décimo aniversário.
Meu filho cresceu inteligente e saudável. Tornamos-nos melhores amigos até que o tempo ou o destino mexeu algumas peças do jogo... Separei-me do meu marido quando meu filho entrava no seu décimo aniversário.
Tivemos que nos distanciar... Não por vontade própria, mas por força das
circunstâncias. Mas nada mudou entre eu e meu filho. Estamos sempre
juntos, em pensamentos, pelo telefone, pela internet... E quando a
saudade aperta muito, o jeito é pegar um vôo e matar as saudades
pessoalmente.
Hoje Lukas completa 18 anos, é uma idade importante e eu não estou lá
pra comemorar com ele. Meu coração está aflito... sentimentos contrários
debatem-se em meu peito. Estou feliz e estou triste... Mas sei que
tenho mais motivos pra me sentir feliz! Meu filho cresceu e hoje é um
homem de boa índole, é acadêmico do segundo semestre de Direito, segue
os bons preceitos que eu e o pai passamos a ele! Deus nos abençoou com
um filho lindo e saudável. O melhor presente que poderíamos ter.
Estou longe, neste momento especial, mas meu filho sabe o quanto eu o amo e oro todos os dias pela felicidade dele.
Deus o abençoe meu amor e que esta seja uma nova fase da sua vida em que tudo que almejares será conquistado! Te amo muito e sempre estarei contigo por qualquer lugar por onde andares! Feliz aniversário meu amor!
Mary Paes Santana
a seguir dedico a letra da música da Pitty ao meu baby Lukas Aguiar... a
letra toca muito meu coração e me faz pensar no amor que sinto por ele.
Pitty - Só Agora
Baby, tanto a aprender
Meu colo alimenta você e a mim
Deixa eu mimar você, adorar você
Agora, só agora
Porque um dia eu sei
Vou ter que deixar-lo ir
Sabe, serei seu lar se quiser
Sem pressa do jeito que tem que ser
O que mais posso fazer?
Só te olhar dormir
Agora, só agora
Correndo pelo campo
Antes de deixa-lo ir
Muda a estação
Necessário e são
Você aflorescer
Calmamente, lindamente
Mesmo quando eu não mais estiver
Lembre que me ouviu dizer
O quanto me importei
E o que eu senti
Agora, só agora
Talvez você perceba
Meu colo alimenta você e a mim
Deixa eu mimar você, adorar você
Agora, só agora
Porque um dia eu sei
Vou ter que deixar-lo ir
Sabe, serei seu lar se quiser
Sem pressa do jeito que tem que ser
O que mais posso fazer?
Só te olhar dormir
Agora, só agora
Correndo pelo campo
Antes de deixa-lo ir
Muda a estação
Necessário e são
Você aflorescer
Calmamente, lindamente
Mesmo quando eu não mais estiver
Lembre que me ouviu dizer
O quanto me importei
E o que eu senti
Agora, só agora
Talvez você perceba
Que eu nunca vou deixá-lo ir
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
De volta ao ninho da solidão
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Tudo que passamos foi lindo
Você era o meu menino
Por você eu mergulhei
No mar das ilusões
Você era o meu menino
Por você eu mergulhei
No mar das ilusões
Construí castelos frágeis demais
Pra durarem na efemeridade desses dias tão iguais
O encanto do teu olhar se perdeu do meu
E as horas te levaram a ocupar
Tempos que não eram meus
O silêncio ocupou o seu lugar
Dentro de mim
E os dias quentes se chocaram
Com o frio da minha estação
A porta se fechou... e ficaram os teus vestígios
encravados nas paredes,
Nos lençóis, na porta da geladeira, nas fotografias
Que não tive coragem pra rasgar...
Ainda ouço o canto
dos filhotes de passarinhos
que imitávamos todos os dias de manhã
É canto ou pranto?
É canto ou gemido?
É canto ou solidão?
É canto ou ninho?
É apenas pranto...
De um ser
que jamais deixou de ser sozinho.
Por Mary Paes Santana
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
terça-feira, 21 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Náufrago
foto: Maksuel Martins
Vou naufragar
Meu corpo nu
No mar das minhas lágrimas
Meu corpo nu
No mar das minhas lágrimas
Vou me calar
Me aniquilar
Vou me sugar
Me comer
Me combater
Me interromper
Pra deixar de sofrer
Me aniquilar
Vou me sugar
Me comer
Me combater
Me interromper
Pra deixar de sofrer
Vou me rasgar
Me destruir
Vou Me despir
Me despedir
Deste momento
Me destruir
Vou Me despir
Me despedir
Deste momento
Vou arrancar
meu coração
dilacerar meu pensamento
Vou me jogar
Pro nada
Tropeçar nas nuvens
Das minhas ilusões!
Só assim vou te esquecer!
Por Mary Paes
meu coração
dilacerar meu pensamento
Vou me jogar
Pro nada
Tropeçar nas nuvens
Das minhas ilusões!
Só assim vou te esquecer!
Por Mary Paes
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Passe comigo esta noite - parte III
O envelope
Anne perdeu a noção de quanto tempo ficara ali, olhando aquele desconhecido, agora sem vida, caído à sua frente. Não conseguia entender os motivos que o levaram a sussurrar quase como num lamento as suas últimas palavras... ele a chamara de Angélica. Estranhamente, Anne sentia algo de familiar naquele desconhecido. Algo que ela própria não conseguia alcançar.
Num ato contraditório aos seus princípios, procurou nos bolsos do morto, algum documento que o identificasse, mas o que encontrou foi um envelope lacrado, que pelo estado de envelhecimento, devia ter sido guardado por muitos anos. O envelope não trazia identificação de remetente ou destinatário, apenas a frase escrita a mão: “viva para sempre”. Guardou o envelope com ela.
Anne informou anonimamente as autoridades locais sobre o assassinato na Rua Cinco, e antes que os policiais chegassem, retornou ao hotel em que estava hospedada. Assim que amanheceu, fez suas malas, ainda pensativa sobre o acontecido na madrugada. Na verdade, o que mais a perturbava, além do envelope lacrado (que ela não tivera a coragem de abrir), era a voz daquele desconhecido que não lhe saia da cabeça “Angélica... Você precisa voltar”. Por instantes, ela esquece os reais motivos que a trouxeram àquele lugar! Mas só por alguns instantes.
Anne informou anonimamente as autoridades locais sobre o assassinato na Rua Cinco, e antes que os policiais chegassem, retornou ao hotel em que estava hospedada. Assim que amanheceu, fez suas malas, ainda pensativa sobre o acontecido na madrugada. Na verdade, o que mais a perturbava, além do envelope lacrado (que ela não tivera a coragem de abrir), era a voz daquele desconhecido que não lhe saia da cabeça “Angélica... Você precisa voltar”. Por instantes, ela esquece os reais motivos que a trouxeram àquele lugar! Mas só por alguns instantes.
Antes de deixar o hotel, ela pega o envelope que surrupiara do morto, fica por alguns segundos a imaginar que tipo de mensagem estaria ali dentro, guarda-o na mochila e sai. Ela sabia que teria de voltar àquele lugar, mas agora ela precisava retornar ao seu casulo, precisava pensar sobre os últimos acontecimentos e refazer seus planos. A verdade, embora maquiada por uma boa mentira, deixa fios soltos pelo caminho, mas é preciso ser frio e calculista o suficiente para desvendá-la, e mais ainda, para aceitá-la!
Talvez ela não estivesse preparada.
Talvez ela não estivesse preparada.
Continua... (:
clique aqui para ler a parte anterior
Por Mary Paes Santana
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Passe comigo esta noite!
Passe comigo esta noite!
Segunda parte
O desconhecido
Era madrugada, as poucas luzes que iluminavam as ruas desertas refletiam nas poças d’água formadas no asfalto... a sombra de um homem cambaleante aproximava-se da avenida principal...
Anne observava a cena pela janela do último andar do hotel. Ela poderia simplesmente, puxar a cortina e ignorar o que via, mas um estalo seco ecoou no ar, e a sombra deu lugar a um corpo caindo. Anne apagou seu cigarro na xícara de café, mania feia, se estivesse na casa de sua mãe seria repreendida por isso!
Catou seu casaco da cabeceira da cama e desceu a pé, o primeiro lance de escada, antes de optar pelo elevador. Garota destemida! Poucas coisas a amedrontavam, e elevadores era uma delas.
Estava tudo silencioso. Curiosamente, nem o recepcionista estava em seu posto.
Ela parou em frente ao hotel, olhou para todos os lados, antes de aproximar-se do homem caído na sarjeta. Aparentemente, a cidade toda dormia. Mas Anne sabia que não era bem assim... Seu instinto lhe dizia que estava sendo observada.
Aproximou-se do corpo estendido no chão, pelo estado das roupas, rasgadas e sujas, e dos arranhões espalhados pelo corpo, era possível supor que aquele homem havia apanhado muito, antes de receber o tiro de misericórdia!
Anne agachou-se ao lado do desconhecido e ao mesmo tempo, pensava sobre o que fazer naquele momento, ligar para a polícia seria óbvio, na verdade ela ia fazer isso, quando algo lhe impediu.
Aquela mão grande e ensangüentada agarrou-lhe o braço, fazendo com que seu celular caísse numa poça de lama. Ele não estava morto!
Assustada, ela levantou-se subitamente, enquanto o homem se debatia no chão, pronunciando frases desconexas...
Então ele ficou calado! Fixou seu olhar moribundo nos olhos de Anne e falou quase num sussurro: “Angélica... achei você Angélica!”.
Anne não estava entendendo nada! Imaginou que no estado em que aquele homem se encontrava só podia estar delirando, tendo visões com alguma Angélica que definitivamente, não era ela.
Angélica... ele continuou, você precisa voltar!
Ela nada mais ouviu. O silêncio imperou por toda a escuridão, enquanto os olhos daquele desconhecido cerravam as pálpebras definitivamente.
continua... :)
leia a introdução aqui
continua... :)
leia a introdução aqui
Por Mary Paes Santana
Delírios noturnos
Minha pele queima, num desejo ilógico
Sem satisfação...
Entre quatro paredes
Sou apenas um,
Sou apenas um,
e toco a cama fria
Querendo ir além da minha solidão
E curar esta febre que a paixão me causa
Mas, estou só...
Querendo ir além da minha solidão
E curar esta febre que a paixão me causa
Mas, estou só...
Possuo o tempo, a noite
e o pensamento...
e o pensamento...
Mas, não sou dono de você
E nem por um momento te possuo, além do sonho
E se te vejo entrar... Sorrir pra mim...
E antes que me toque, sei que deliro
E se não me satisfaço, tudo que me sobra,
Ainda é o tempo... E todo o espaço,
E se te vejo entrar... Sorrir pra mim...
E antes que me toque, sei que deliro
E se não me satisfaço, tudo que me sobra,
Ainda é o tempo... E todo o espaço,
pra chorar
A minha solidão...
A minha solidão...
E a falta completa de você.
Mary Paes Santana
terça-feira, 26 de junho de 2012
amar... mas, por que amar?
foto: Maksuel Martins
amar...
mas, por que amar?
se de tanto amar
vivo assim tão só...
chorar...
mas, pra que chorar?
se meu simples pranto
não te faz voltar.
querer...
por que assim querer?
por mais que eu te queira
jamais irei te ter.
sofrer...
por que tanto sofrer?
se minha dor é só minha
se meu amor é só meu
se os meus sonhos
jamais serão os teus.
amar...
mas, por que amar?
se de tanto amar
eu vou morrer assim...
tão só.
Por Mary Paes Santana
domingo, 3 de junho de 2012
tempo...
( imagem google)
Sou um poeta sem inspiração
Sobrevivendo à
monotonia desses dias turvos
Contando grãos de
areia
por Mary Paes
terça-feira, 10 de abril de 2012
canto...
ilustração: Tina Lautert (http://francinecanto.net/livros/arquitetura-da-luz/)
teu canto
meu encanto
ecoa em meus ouvidos
e faz cessar
meu pranto
por Mary Paes
sábado, 7 de abril de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
divagações...
quando te sigo não deixo pegadas
não são os meus pés que caminham
são os meus olhos
Por Mary Paes Santana
quarta-feira, 7 de março de 2012
A morbidez da madrugada mora em mim!
Vaga em mim
A saudade e a dor
A morbidez da madrugada
Silenciosa e fria
Mora em mim
Os longos dedos da solidão
Enlaçam meu corpo
Tomando pra si
Qualquer espera
Qualquer ilusão de que teu riso chegue
Surja do nada... Pra ficar
E nunca mais se perca
No elo de outro adeus
Por Mary Paes Santana
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Madame Insana
Não sou suave, nem calma...
não sou a brisa morna que te afaga
sou a tempestade que surra sua face!!!
Sou a dúvida... os erros, os acertos,
a agonia... a febre...
as perguntas sem respostas...
sou a loucura dos seus atos...
sua antítese...
seu riso insensato...
seus passos largos...
suas desculpas... seus desvarios
sua luxúria... seu pecado!
Sou seu caminho complexo, desconexo...
as luzes vermelhas... a bebida e a madrugada...
sou o tom de carmim na cama...
na boca... no corpo...
na alma...
Sou eu...
seu livre arbítrio
Sua madame insana!!
Sua senhora...
Liberdade!
Por Mary Paes Santana
Sua senhora...
Liberdade!
Por Mary Paes Santana
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Abandono
banco de imagem google
Eu!
Num jogo sujo fui deixado...
Maltrapilho, pobre coitado,
Tropeçando em minhas próprias pegadas
Nos ociosos bailados da noite, fui renunciado
Sentimentos penosos me fizeram menor
Em desejos supérfluos me deixaram insaciado
Meu cenário um sepulcro...
Onde nem pude morrer
Meu nome não constava na lista
Me deixaram, me esqueceram...
Numa incerteza de viver
...Em indóceis laços de vida
Que foi simplesmente o que pude ter.
Por Mary Paes
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