terça-feira, 11 de setembro de 2012

De volta ao ninho da solidão

 google imagens

Tudo que passamos foi lindo
Você era o meu menino
Por você eu mergulhei
No mar das ilusões

Construí castelos frágeis demais
Pra durarem na efemeridade desses dias tão iguais
O encanto do teu olhar se perdeu do meu
E as horas te levaram a ocupar
Tempos que não eram meus

O silêncio ocupou o seu lugar
Dentro de mim
E os dias quentes se chocaram
Com o frio da minha estação

A porta se fechou... e ficaram os teus vestígios
encravados nas paredes,
Nos lençóis, na porta da geladeira, nas fotografias
Que não tive coragem pra rasgar...

Ainda ouço o canto
dos filhotes de passarinhos
que imitávamos todos os dias de manhã

É canto ou pranto?
É canto ou gemido?
É canto ou solidão?

É canto ou ninho?
É apenas pranto...
De um ser 
que jamais deixou de ser sozinho.

Por Mary Paes Santana






3 comentários:

  1. Que lindo, Mary, apesar de triste. Mas, é a sua verdade.

    Quando quem amamos se vai, deixa essa ausência que é sempre maior que nós mesmos.

    ResponderExcluir
  2. Sempre encerra muito bem seus poemas, sinto que o eu-lirico percebe o fim de sua expressão, revelando uma poetisa muito consciente de seu labor e muito envolvida com sua expressão.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir