terça-feira, 5 de novembro de 2013

caminhos da minha loucura



eu... como um escravo da minha própria liberdade
não sei qual caminho seguir...
encravo minhas unhas
na terra quente que arde no meu coração...
penso que estou perto de me perder do que nunca achei de mim...
discorro, feito débil... desconexas declarações de amor
por alguém... que talvez já nem exista mais... seja apenas uma construção
dos meus devaneios loucos...
assim como os dementes... eu também converso com seres que ninguém mais vê, além de mim...
também fujo da lucidez, calço meus chinelos velhos... tiro a roupa
e caminho só...
sou tão livre que posso flutuar...
posso me jogar do abismo... posso crer que não te amo mais
posso viver meus enganos, ou morrer meus enganos...
posso seguir, ou voltar...
posso tantas coisas... ir por onde essa voz me chama...
ou voltar... voltar pra algo do qual nem me lembro mais...
nunca fui boa de memória...
posso desconstruir você... dentro de mim... e espalhar cada pedaço seu
pelos caminhos da minha loucura...
e continuar perdida... escrava da minha liberdade...
sem saber por qual caminho me perder...
mas livre, livre de tudo que constrói você dentro de mim!!!!

Mary Paes


#marypaes
#poemasdeamor
#poemasdesolidao

Um comentário:

  1. Achei muito bonito e em especial me agradou o fato de que o texto passa por um crescente, não é raso.

    O eu-lirico começa como que desacreditado de si e de sua busca pelo fato de que sua expressão pode não representar ninguém, que nunca se concretize chegando a pensar que isso faça de seu labor uma coisa inócua, de repente algo acontece dentro do poema, ele adquire então matizes de maior beleza

    "converso com seres que ninguém mais vê"
    "sou tão livre que posso flutuar"
    "posso crer que não te amo mais"

    Então o eu-lirico adquiri esta consciência maior de que ainda que o poema não justifique um ser existente é este exercer poético, ele mesmo algo maior, transcendente; e que criador, ele pode curar as feridas que mesmo causou ao falar do amado

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