sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cuidado! Sou Louca!


Não vou ficar calada... Não sou muda!

Quero gritar a ira frustrada

Sou subversiva! Não tô nem aí pra massa!

Quero que se danem os tolos!

Os “normaizinhos”

É tão chata essa coisa de ser igual a todo mundo!

Cabelo lisinho tingido de louro!

Pose de gente fina! Em salto alto!

Nariz plastificado, peito de silicone!

Não tô nem aí pra massa!

Não sou comportada!

Não me esforço pra agradar ignorantes

Eu sei quem me ama

Eu sei quem me engana

Eu leio almas!

Não sou calma!

Cuidado! Sou louca!

Não tenho travas na língua

Nem travas no cérebro!

Não sei rir baixinho!

Que coisa! Só sei rir alto!

Posso te deixar sem saída!

Posso invadir teus espaços

Destruir os teus planos

Romper os teus laços

Subverter teus pensamentos

Posso manipular tuas vontades!

Te deixar parecida comigo!

Enrolar teu cabelo

Jogar tua “chapinha” fora!

Posso desvendar teus olhos

Para que você perceba

Que a beleza é efêmera

E a essência... É a eternidade!


Por Mary Paes Santana

Foto: Kelly Maia

9 comentários:

  1. Mary
    Acessei seu blog por um link de um amigo no facebook e resolvi postar aqui minha satisfação de ler seu poema rasgado de verdades íntimas, até porque este é o sentimento que você traduz como sendo um dos poemas preferidos. Faço um convite para visitar meu blog em http://jorgejansen.blogspot.com. É um blog voltado mais para crônicas e cultura pop, mas de vez em quando a gente escreve uns versos também.

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  2. Legal Jorge. Vou divagar pelo seu blog sim... brigada por me visitar... beijinhussss

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  3. Minha linda, querida, amada e maravilhosa amiga, eu simplesmente ADOREIteu blog, e vou ser teu seguidor, ta? Eu adoro assuntos irreverentes.... e eu acho que a grande finalidade da arte literária é exatamente essa.... a gente transmitir verdades ocultas na gente, e exauridas de nós através do codigo linguistico, e com a pitada necessaria de ternura. Parabéns. Adorei. De um a dez.... MILLLLLLLLL

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  4. Grata pelas palavras amigo. Fico feliz que tenha comentado... vou lá no seu blog, fazer uma visitinha. beijinhus

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  5. Oi Mary, fiquei encantada quando apresentou esse poema lá no SESC, mas agora lendo com mais calma gostei ainda mais. Conheço umas pessoas lá no MS que vao adorar o teu trabalhado, estou enviando e falando do seu Blog. Parabéns pelo trabalho!Beijos
    Edna

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  6. Valeu Edna. Tentei entrei no seu perfil, mas não foi possível. Então deixo aqui registrado o meu agradecimento pela visita e pelas palavras! É por pessoas como vc que sinto-me feliz em divulgar o meu trabalho. Grata minha linda!!!

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  7. Quando soltas "as travas da língua" no poema citadas o seu verso é pura entrega e "desnudamento". Encerrou com maestria, lindo isso:
    Posso desvendar teus olhos

    Para que você perceba
    Que a beleza é efêmera
    E a essência... É a eternidade!

    Essência efêmera e eternidade em uma só...

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  8. Gosto também da forma que este seu eu-lirico se desnuda, pois ainda que se afirme com tanta veemência, não o sinto ególatra e cego, certamente pela forma sincera como se entrega a quem lê o poema.

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